CBERS-4 já monitora Amazônia e inicia mapeamento da expansão agrícola e das cidades
Lançado
da base de Taiyuan, na China, neste domingo (7), o satélite
sino-brasileiro de sensoriamento remoto CBERS-4, sigla que, em inglês,
significa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, enviou seus
primeiros sinais orbitais ao atingir 742,5 quilômetros de altitude. Foi a
confirmação final de que seu lançamento, a partir da base de Taiyam, no
norte da China, havia sido um sucesso. Para a Agência Espacial
Brasileira (AEB), foi mais do que isso: o sucesso de toda a operação
deixou definitivamente para trás o insucesso do lançamento anterior,
ocorrido há exatamente um ano (09/12) quando a coifa que protegia o
equipamento não se descolou do foguete.
O
novo satélite brasileiro – com vida útil de três anos – já envia do
espaço, desde as 10h de ontem, imagens aéreas e dados do Brasil, de seus
vizinhos da América Latina e de todo o Hemisfério Sul, à velocidade de
uma órbita em torno da Terra a cada 90 minutos.
O
CBERS-4 amplia a aptidão e a independência do Brasil para monitorar seu
próprio território, desde regiões estratégicas como a Amazônia até
expansão urbana do Sudeste, por exemplo, sem depender das imagens de
satélite da Comunidade Europeia ou dos Estados Unidos. Além do
fornecimento de dados para monitorar e combater o desmatamento, o
CBERS-4 vai ajudar o Brasil a acompanhar a expansão de sua agricultura e
os obstáculos naturais ou geográficos para a expansão das cidades, além
dos estudos sobre o comportamento das bacias hidrográficas e da
ocorrência das queimadas.
Em
seu perfil no Twitter, a presidenta Dilma Rousseff comentou o sucesso
do lançamento, lembrando que o satélite é fruto da cooperação na área
especial entre Brasil e China. “O Cbers-4 amplia também a cooperação
Sul-Sul, pois fornecerá imagens aos países da América Latina e da
África”, afirmou.
De acordo com o jornal China Daily,
o presidente chinês Xi Jinping acenou com expectativa de que
entendimentos entre as duas nações favoreça-as em termos
sócio-econômicos na próxima década. O assunto repercutiu nos principais
veículos do país asiático.
O
lançamento foi monitorado em tempo real pelo Centro de Controle de
Satélite do Inpe, em São José dos Campos (SP). Acompanharam autoridades
como o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clélio Campolina, e o
presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho.
Com
duas toneladas de peso e equipado com quatro câmaras o Cbers-4 dará 14
voltas no planeta por dia. O satélite demora cinco dias para fazer
imagens de toda a superfície em baixa resolução, 26 dias para imagens em
média resolução, e 52 dias para imagens em alta resolução.
A
abertura do painel solar do satélite ocorreu cerca de 20 minutos após o
lançamento. Em seguida, a câmara MUX entrou no modo stand by, as
câmaras PAN e IRS entraram em operação e o painel solar indicou estar
com corrente nominal. Após esses procedimentos o satélite passou a fazer
ajuste de órbita utilizando seus próprios motores.
Cbers
Iniciado
nos anos 1980, o programa Cbers (sigla em inglês para China-Brazil
Earth Resources Satellite) é coordenado pela AEB e desenvolvido pelo
Inpe. O Cbers-4 é o quinto satélite do Programa, exemplo bem-sucedido de
cooperação em alta tecnologia e um dos pilares da parceria estratégica
entre o Brasil e a China.
Sua
ida ao espaço, inicialmente programada para dezembro de 2015, foi
antecipada em um ano devido à falha ocorrida no lançamento do Cbers-3,
em dezembro de 2013. Antes, foram lançados com sucesso o Cbers-1 (1999),
Cbers-2 (2003) e Cbers-2B (2007).
Fonte da Notícia: http://www.ptnosenado.org.br/textos/122-curtas/30409-satelite-sino-brasileiro-lancado-no-domingo-envia-primeiros-sinais
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